Eu não quero saber com quem sonhas. Quem te faz suar sozinho
no teu quarto. Em quem pensas quando te masturbas numa sala de azulejos
brancos.
Quero saber dos teus dias atravessados a medo numa estrada
de desassossego e morte. Com que mãos te agarras à superfície dos dias, em que
te enroscas quando tens pânico da solidão
das ruas. E que sabor têm os teus lábios quando dizes o nome de todas as
coisas. Qual é o cheiro da tua pele quando te fechas nos sentimentos de perda.
Não voltarei a querer as tuas obrigações e os teus
sacrifícios na aproximação do destino, nada. Diz-me quando perdemos a pureza das
palavras não pensadas, as cicatrizes do desejo no coração das horas.
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