quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Eu não quero saber com quem sonhas.


Eu não quero saber com quem sonhas. Quem te faz suar sozinho no teu quarto. Em quem pensas quando te masturbas numa sala de azulejos brancos.
Quero saber dos teus dias atravessados a medo numa estrada de desassossego e morte. Com que mãos te agarras à superfície dos dias, em que te enroscas quando tens pânico da solidão  das ruas. E que sabor têm os teus lábios quando dizes o nome de todas as coisas. Qual é o cheiro da tua pele quando te fechas nos sentimentos de perda.
Não voltarei a querer as tuas obrigações e os teus sacrifícios na aproximação do destino, nada. Diz-me quando perdemos a pureza das palavras não pensadas, as cicatrizes do desejo no coração das horas.

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