Lembras-te do pensamento que compraste num café rasca à
beira do jardim?
Foi qualquer coisa como “beija-me”, escrito a lápis.
Disse-te que os meus pensamentos não têm preço e que apenas
os poderias comprar com o sabor dos teus lábios, e a tua saliva entardeceu na
minha boca.
Éramos fortes ainda, como muralhas indesmentíveis na certeza
de que nada melhor existia do que o dia seguinte, sempre o dia seguinte.
Fumávamos cigarros partilhados, fazias parte de todos os
meus vícios e como ficavas bonito debaixo da chuva.
A tua pele tão branca e o teu olhar tão puro de adolescente
na falta de nitidez do destino.
Amor, gritei amor em todas as ruas desta cidade. Depois de
amor era sempre o teu nome, escrevi o teu nome em todos os meus livros.
Deste-me todos os meus livros. Dei-te tudo o que era e foi tão pouco.
Sublime. É um pouco assustador quando algo tão pessoal toca outras pessoas, não é?
ResponderEliminarÉ. Assustador mas ao mesmo tempo reconfortante. Se alguém consegue perceber o que o que os nossos olhos olham e ser tocado por isso...
ResponderEliminarObrigada :)